Nesse sentido, o nome da banda revela uma de suas principais preocupações filosófico-sociais: o problema dos poderes e perigos da linguagem nas interações sociais, nas quais as relações dos seres humanos com a natureza também se incluem. Em termos filosóficos, a luxúria da língua sinaliza – já num registro da filosofia linguagem, de Wittgenstein a Habermas, mas sem dispensar os saberes da psicologia e psicanálise, especialmente com Freud e Jung - uma espécie de antropologia filosófica que tem refletida na relação entre luxúria e língua a tensa dualidade entre natureza e ser humano, ser e dever ser, um dos temas mais antigos da história da filosofia, mas ainda presente tanto no plano das questões teóricas quanto práticas da atualidade.
Em nosso caso, são as questões práticas - sobre o que é melhor, ou mais correto fazer diante de problemas cotidianos que enfrentamos – que mais nos interessam, e nada melhor do que a música popular, linguagem privilegiada da expressão estética, para traduzir opiniões que o conhecimento humano tem gerado sobre esses problemas e como enfrentá-los, ainda que seja para questionar esse próprio conhecimento em face de questões que talvez não tenham solução no plano das idéias, mas sim no aprendizado que só a experiência da vida sensível pode proporcionar.
Um projeto: estruturar espaços de criação e expressão estética coletivas que estimulem a sociedade, por meio da arte e de novas formas de convivência, a retomar seus potenciais de criatividade, sociabilidade, solidariedade e cidadania ativa, atrofiados pela cultura unilateral, individualista e excludente da sociedade de consumo.