quarta-feira, 2 de maio de 2007

LUXÚRIA DA LÍNGUA - RELEASE


A Luxúria da Língua nasceu em meados de 1998 ( Barão Geraldo, Distrito de Campinas/SP ), quando retornados de residência de dois anos na Califórnia, guitarrista, baixista e irmãos gêmeos Vitor e Ivan caíram no caldeirão de ritmo e alegria de seu velho amigo de colégio Davi. Tocando desde os dez anos de idade juntos, os irmãos se entrosaram de tal forma ao swing e à brasilidade do “homem-batuque”, que no final do ano tinham um CD com covers de Jimi Hendrix e sons próprios. Com dezessete anos tocaram pela primeira vez no bar Delta Blues, um dos mais requisitados bares de blues de Campinas, impressionando os mais experientes. Dali para frente vieram Cartoon (Souzas), Cervejaria do Galleria, Karambar (hoje Cabong) e inúmeras repúblicas de estudantes.
Após um período de maturação profissional e musical, a Luxúria da Língua resolveu se unir numa nova investida. Como a banda não seria sua principal fonte de renda, os integrantes decidiram colocar todos seus ideais musicais, culturais, políticos e sociais num projeto novo. Fariam, então, shows temáticos, contando estórias através da música, passando mensagens férteis por meio de sátiras da vida cotidiana. Atingiriam todas as idades num modelo “conceitual-popular” com o objetivo principal de conscientização sobre os poderes e perigos da linguagem, temperada por uma fusão do melhor do funk, jazz, samba, soul e do mais puro rock and roll.
A profusão criativa foi instantânea. Era uma música nova por semana. Pessoas saíam dos shows com as músicas e estórias na cabeça. Davam risada, mas também entendiam a mensagem.
Posteriormente, novos integrantes, mas velhos amigos, engrossaram o caldo da Luxúria da Língua. Daniel é para Davi o que Ivan é para Vitor. Um é precisão, habilidade e concentração, enquanto o outro é loucura, impulso e criação. Gustavo trouxe, com seu violino e sua poesia, a mistura do popular e do erudito, enquanto Getúlio ilustrava e costurava o som, com o teatro e a cultura do mito.
Em pouco tempo, a Luxúria saiu do quarto de ensaio para trazer a Campinas o 2º lugar no festival de novos talentos da Secretaria da Cultura de São Paulo, lotar como nunca o Bar Brix (Barão Geraldo – distrito de Campinas), participar do festival “F.E.I.A.”, da Unicamp, e fechar a festa de cultura popular Pati patapatá, além de aparição no programa “Fractal”, da Rádio Educativa (101.9 FM).
O resultado dos trabalhos foi a gravação do CD demo, “O Vírus”, uma sátira do programa Globo Reporter sobre o ataque de um vírus que causava alterações de comportamento em pessoas, animais e coisas, deixando-os desinibidos e imprevisíveis, e a empreitada de três cientistas para tentar entender e conter a epidemia, uma mistura literária de musica com filosofia para todos os gostos e idades.
Além de alguns shows em casas culturais de Campinas como o Espaço Garagem e o clube Dakitari, a imersão criativa trouxe repertório para novos cds temáticos, a elaboração de projetos paralelos de música e re-inserção sócio-culturais, como o Laboratório Música-Mundo e o Laboratório Cultura-Mundo, além de outros amigos e músicos colaboradores: Neto, com sua flauta e ritmos, acaba com a distância “cozinha-leads”, enquanto Vitinho e seu trompete transformam o que era um conjunto numa verdadeira banda.
No início de 2007, com os irmãos Blotta residindo em São Paulo, próximos ao também grande irmão Davi, a Luxúria da Língua pôde mais uma vez levantar vôo, com pequenos shows na Vila Madalena, num festival músico-cultural no sítio Montanari, em Munhoz (SP) - o "Munhozstock"-, em vídeos experimentais no revolucionario site YouTube e em estúdio para iniciar o que será o próximo CD da banda, o mito-épico contemporâneo "A Língua de Babel".

Um projeto futuro: Estruturar um espaço de criação e expressão coletiva que estimule toda a sociedade, por meio da arte e da convivência, a retomar seus potenciais de criatividade, sociabilidade, e cidadania ativa, atrofiados pela cultura unilateral, individualista e excludente da sociedade de consumo.
Alguns ideais: Disseminar a magia natural da música e das artes, estimular a imaginação e recuperar a capacidade das pessoas de sonhar novas formas de vida em comum.

Um comentário:

rejane nagatomo disse...

Olá!! Maravilhoso trabalho!!
Tudo que é feito com amor se Transforma.
Uma poesia:
Circadiana

Circulam em mim sete humores
sabores, cheiros e cores

Tem um redondo, doce e cor-de-rosa
que sabe cantigas de ninar
sacia-se na pele macia das crianças
dorme pesado
queima-se ao sol, ri de qualquer besteira
é generoso
leite de peito, florada, saúde.

Tem um que é vinagre e fel
Vendetta

Tem um que é muito bem comportado
supermercado, trânsito
bons dias!, gentilezas
me ajuda a ganhar a vida
(trottoir da alma)

Tem um que é pura luxúria
língua, tesão, gemido
(e que fica guardado
numa caixinha de veludo vermelho
no fundo da gaveta
no meio de calcinhas cor de champanhe)

Circulam em mim sete humores
mandam em mim, fazem lei.
Uns conheço. Uns se escondem.
Sobre estes uns nada sei.

Beijos e Sucesso!!
RE :)